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Ontem, o técnico que eu sempre chamo para consertar o computador perguntou como eu tinha passado o ano, eu respondi que, dada a situação do país, de mal a pior, ao que ele retrucou: “Mas não tem problema, dia 24 aquele fdp vai ser preso e tudo vai melhorar”.

Hoje de manhã, um comentarista de futebol, chamado Oswaldo Maciel, apelidado “Maciça” pelos colegas de mesa abriu sua participação no programa “Papo de Craque Primeira Edição” da rádio Transamérica dizendo:

“Faltam só 19 dias para o dia 24”.

Quem conhece suas posições reacionárias sabe de que lado ele está e o que quis dizer.

Hoje à tarde, um cara que eu não conhecia (e que depois fiquei sabendo que se chama Natanael e mora na Lapa) me reconheceu na rua como colunista do 247 por causa do chapéu e tascou, com sorriso nos lábios:

“Dia 24 vai ser a grande virada”.

Ou seja, primeira dedução: Lula é o assunto do Brasil. Só se fala nele e no dia 24. O assunto do verão não é carnaval nem quem são as musas de Ipanema.

Segunda dedução: podemos distinguir claramente a motivação e o caráter dos que estão a favor e dos que estão contra Lula.

Quem está contra não argumenta com fatos – pois os fatos são inconsistentes – mas com ódio: prende, esfola, impugna, cassa.

Quem está a favor, certo de que está com a razão, certo de que as acusações do triplex não têm nenhum respaldo em provas que algum juiz imparcial aceite, reage com esperança, mas jamais com agressividade, jamais ameaçando ou desqualificando os juízes de Lula ou aqueles que denigrem Lula.

Quem está contra quer ver o circo pegar fogo, caso do prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan Filho, que tem DNA da ditadura militar – seu pai foi presidente da Arena, o partido da ditadura, da censura e da tortura – que requereu tropas da Guarda Nacional numa tentativa estúpida (e frustrada) de criminalizar uma manifestação pacífica.

Quem está a favor não quer quebra-quebra nem baderna, que não levam a nada de positivo e que só interessam a entidades extremistas como MBL, que tem a palavra “livre” no nome, mas, é bom prestar atenção porque o partido de extrema-direita da Áustria se chama Partido da Liberdade.

Quem está a favor defende a constituição brasileira, que garante a liberdade de manifestação em espaços públicos, desde que desarmada e que também garante o direito de protestar. Defende a democracia.

Quem está contra rasga a constituição, afronta a democracia, quer a volta do “eu prendo e arrebento”, flerta com o retorno do autoritaritarismo, o que, se viesse a acontecer seria a desgraça das desgraças.

O Brasil é o único caso no mundo de país que já passou por duas ditaduras e pede por outra.

Nações nessa situação – Portugal, Espanha, Alemanha – jamais cogitaram um retorno, ao contrário, repudiam profundamente a ditadura, porque aprenderam que é sinônimo de terror, sangue, miséria, corrupção, atraso e censura.

 

ALEX SOLNIK