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Foram quatro anos de fogo cerrado, sem limites e sem tréguas, para destruir a imagem de Lula e tirá-lo da disputa presidencial.

Era para acabar com ele e seu partido, valeu tudo na guerra de extermínio, mas o ex-presidente continua vivo, como revela a primeira pesquisa Datafolha após a condenação em segunda instância, divulgada nesta quarta-feira.

Alguma coisa deu muito errado na Operação Lava Jato, que tinha e tem Lula como seu principal alvo. Faltou apenas combinar com os eleitores.

Em meio à euforia dos comentaristas nativos dando o pós-Lula como um fato consumado, o Datafolha foi um verdadeiro caminhão-pipa de água gelada nas suas especulações.

E agora, o que acontece?

Pesquisa não muda sentença, eu sei, mas depois de ser encurralado pela Justiça de resultados, o candidato do PT se manteve incólume como líder absoluto e folgado em todos os cenários de primeiro e segundo turno.

No cenário mais provável antes do julgamento da Lava Jato, Lula mantém 37% das intenções de voto, bem mais do que o dobro de Jair Bolsonaro, o segundo colocado, com 16%.

A segunda condenação do ex-presidente em nada afetou a pesquisa anterior divulgada em dezembro.

O dado mais chocante do Datafolha deste final de janeiro, a nove meses das eleições, é este: se a Justiça no final conseguir tirar Lula da disputa, quem assume a liderança não é nenhum dos outros presidenciáveis, mas o candidato “brancos e nulos”, que chega a 36%.

Ou seja, mais de um terço dos eleitores não votaria em ninguém _ um índice inédito nas pesquisas do Datafolha.

De outro lado, os candidatos anti-Lula caíram ou não saíram do lugar.

No principal dos nove cenários, com Lula na parada, o tucano Geraldo Alckmin, candidato hoje preferido do campo governista, continua empacado com 7%, agora empatado com Ciro Gomes, do PDT.

Com Lula, as caras novas incluídas nas diferentes listas _ Luciano Huck, Joaquim Barbosa, João Doria, Henrique Meirelles e Cesar Maia _ disputam com os nanicos, não passam de um dígito. Oscilam entre 1% e 5%.

A tradicional disputa entre PT e PSDB no segundo turno, os dois partidos que se revezaram no poder nos últimos vinte anos, desta vez  nem teria graça.

Lula bateria o governador Alckmin de goleada, por 49% a 30%, uma diferença três vezes maior do que quando o petista derrotou o tucano na disputa de 2006.

É por isso que Lula não pode ser candidato. Se for, vai ser um passeio.

Sem Lula, qualquer  candidato indicado por ele teria o apoio de 27% dos eleitores, com certeza, e outros 17% talvez votassem nele, o que garantiria uma vaga no segundo turno.

Na nova pesquisa, aumentaria de 48% para 53% o número de eleitores que não votariam no candidato indicado por Lula, mas isso não ajudaria Alckmin porque 64% não votariam num candidato apoiado por Fernando Henrique Cardoso.

Único presidenciável investigado, processado, julgado e condenado duas vezes pela Lava Jato, Lula continua imbatível nas urnas.

Por enquanto, é isso. Daqui para a frente, tudo vai depender dos tribunais.

Vida que segue.