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Futuro governo escolhe lado americano. Gesto não é prudente considerando que a China é a maior parceira comercial do Brasil 

Eduardo Bolsonaro em Washington. Foto: Paola de Orte/Agência Brasil
Antes mesmo de iniciar, o novo governo promete uma guinada na política externa do país, não mais considerando o Brasil com um agente forte em um mundo multipolar, como foi nos governos anteriores. A avaliação é de Kennedy Alencar, publicada nesta terça-feira (27) no seu blog, no IG.
Kennedy avalia que ao reforçar, mais uma vez, que o Brasil irá transferir sua embaixada de Tel Aviv, atual capital de Israel, para Jerusalém, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) “atropelou o futuro ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo”:
“Tal afirmação contraria ritos das relações internacionais e faz sombra sobre o Itamaraty”, completa o articulista retomando a preocupação de analistas da política exterior de que a declaração contraria os países árabes que, historicamente, disputam o controle de Jerusalém.
Kennedy acrescenta que a proposta agrada Washington, lembrando que o governo Trump também transferiu a embaixada americana de Tel Aviv para Jerusalém. Ao priorizar a agenda de segurança pública e defesa, Bolsonaro deve atrair empresas americanas e israelenses do ramo, justificando a mudança na política externa.
Mas, além disso, o gesto aponta para uma alteração de visão do Brasil como protagonismo no cenário global. Kennedy lembra que, o então governo Lula, “projeto o Brasil” pensando em um mundo multipolar.
“A avaliação é simples e correta: o Brasil tem peso geopolítico para ser um ator global. Possui uma base industrial que está entre as 10 maiores do planeta. Tinha escala, por exemplo, para exportar serviços de engenharia até as empresas serem quebradas após a implementação da Lava Jato. O Brasil tem peso ambiental num mundo em que essa questão ganha cada vez mais importância. Possui mais de 200 milhões de habitantes, o que poderia fazer do país, caso a desigualdade diminuísse, um mercado consumidor relevante e um centro de produção de conhecimento ainda mais importante do que hoje”.
Desse balanço decorre os principais motivos para o Brasil não ter necessidade de “se alinhar automaticamente aos EUA ou à China”, as principais potências da atualidade.
“Pelo que se depreende das intenções internacionais do governo Bolsonaro, a aposta será num mundo bipolar. E o futuro presidente escolheu o lado americano. Isso não parece prudente levando em conta que a China é a nossa maior parceira comercial”, arremata o articulista, destacando que é fundamental ao Brasil manter um bom relacionamento tanto com os Washington quanto com Pequim. Clique aqui para ler a coluna de Kennedy Alencar na íntegra, direito no seu blog. 
Jornal GGN