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O principal evento para o audiovisual local e um dos maiores do Brasil começou ontem com homenagem a grandes nomes do cinema

O 56º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro começou ontem com toda exaltação ao audiovisual do país. A primeira noite contou com figuras emblemáticas do cinema local e nacional em comunhão na grande sala de exibição do Cine Brasília. Esta edição vai até o próximo sábado, com a mostra competitiva sempre às 21h, enquanto a Mostra Brasília é exibida às 18h.

O Cine Brasília estava lotado para a sessão de abertura encabeçada pelo longa Ninguém sai vivo daqui, de André Ristum. O público se dividia entre convidados, frequentadores e curiosos que foram ao espaço não só para assistir ao filme, mas toda a cerimônia de abertura, embalada pelos tambores do Batalá Brasília e com homenagens a grandes artistas do cinema brasiliense e brasileiro.

Diretora artística do festival, Anna Karina de Carvalho destacou que esta edição busca trazer um recorte do mais potente na vanguarda da sétima arte brasileira. O evento quer proporcionar um mergulho no novo cinema, que carrega uma notável variedade linguística e de perspectivas.

Segunda ela, a comissão curadora do festival foi cotada a partir de nomes experientes, que acompanharam o cinema brasileiro o ano inteiro. A seleção priorizou trabalhos inéditos, com temas principalmente políticos, mas também dando atenção à pluralidade do festival, trazendo obras de todos os estados brasileiros.

O longa Ninguém sai vivo daqui fala sobre pessoas abandonadas no Hospital Psiquiátrico Colônia (em Minas Gerais). O diretor Ristum ressalta seu contentamento em estrear o filme na arrancada do festival. “É um cinema que realmente tem uma sessão muito calorosa, com um público envolvido, emocionado e que participa. Então, poder estrear esse filme no Brasil, aqui na abertura de Brasília, no Cine Brasília, é um momento muito especial, muito único”, ressaltou.

A atriz Fernanda Marques, que faz o papel da protagonista Elisa no filme, também prestigiou o evento. “Está sendo um privilégio, eu estou muito feliz de estar aqui. Eu acho que mais do que estrear num festival fora do país, estrear num festival no seu país é muito mais importante, muito mais relevante pra mim. Ainda mais no Festival de Brasília. Está sendo um sonho realizado”, disse Fernanda.

A atriz frisou a importância de obras como Ninguém sai vivo daqui. “É uma história pesadíssima e super necessária, porque as pessoas não contam as histórias do nosso país. Contam apenas alegrias e o brasileiro tem uma mania esquisita de esquecer as coisas”, avaliou.

A aposentada Beth Gameiro que, desde meados dos anos 70, vem ao Festival, chegou às 18h, para garantir o ingresso. Ela já teve parte na organização do evento e, hoje em dia, se desdobra como público. “Em termos culturais é a melhor coisa em Brasília tem. Faz parte do que a gente vive Todo ano na cidade”, opina.

Ao lado dela, a economista Zuleica Brito, 80 anos, contou da ansiedade com o filtro para escolher a programação. “Jogaram 400 filmes mais ou menos no colo da gente (risos). Estou esperando muito o filme da Sandra Kogut (No céu da pátria nesse instante). A situação das eleições (tema do filme) foi retratada na televisão. Mas é bem diferente de ver jogado em um filme, com mais filtros, no telão do Cine Brasília. Vimos na tevê um mar de informações. Mas, com o filme, teremos entendimento melhor e maior do painel politico”, comentou.

Homenagem à lenda

Grande homenageado da noite, o ator Antonio Pitanga não teve sossego, de tão tietado para fotos e breves conversas. Antes de encarar o microfone e a celebração, no palco, destacou: “Não tenho nada preparado de discurso. Sou um ator de cinema novo, espero sempre a câmera rodar, e ai, acontece. O festival é a história do cinema nacional, e que passa pelos mais importantes momentos do Brasil. Representa a história do cinema, e é incrível ver essa fusão de profissionais de filmes, e sempre perceber a presença dos estudantes da UnB, e a juventude que é uma plateia muito engajada, dando sempre a temperatura do festival”, enfatizou.

Tendo trabalhado com Leon Hirshman, Cacá Diegues, Joaquim Pedro de Andrade, Nelson Pereira dos Santos, Rogério Sganzerla e Glauber Rocha, Antonio Pitanga não arriscou eleger momento marcante na carreira. “Até com Antunes Filho fiz apenas um filme chamado Compasso de espera, e teve sua importância, ao tratar de preconceito racial”, comentou ao Correio.

Outra homenageada da noite foi Dácia Ibiapina. Cineasta brasileira, formou inúmeras gerações de alunos do curso de audiovisual da Universidade de Brasília (UnB). Grata pela premiação, ela afirmou que o festival é um símbolo de resistência que atravessou todos as dificuldades impostas ao longo dos anos. Para Dácia, o fato de as produções irem muito além dos festivais de Brasília e circularem por todo o país indica que a qualidade do cinema brasiliense é alta. A cineasta completou que o cinema está mais diverso e com mais representatividade, principalmente pela chegada de obras indígenas na curadoria.

O clima esquentou na sala de exibição do Cine Brasília minutos antes de as luzes se apagarem para o filme. Fernando Borges, gestor da parceria de organização do evento e presidente da Associação Amigos do Futuro, foi vaiado e muito hostilizado durante o discurso. O público gritava para que iniciasse o filme e também frases como “fora Ibaneis” e “puxa saco”.

Com informações do Correio Braziliense

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