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“Para não ser punido, restava-lhe uma última chance: um levante popular. Uma insurreição que deixasse os poderes constituídos de joelhos; uma rebelião”, apontou a relatora

Eliziane Gama
Eliziane Gama (Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado)

“Jair Bolsonaro usou seus seguidores para escapar aos próprios crimes”, diz relatório de Eliziane Gama sobre o 8 de janeiro

 A senadora Eliziane Gama (PSD-MA) apresentou nesta terça-feira (17) seu relatório final acerca dos trabalhos da CPMI dos Atos Golpistas, que se iniciou em maio. O documento aponta Jair Bolsonaro (PL-RJ) como ‘autor intelectual’ dos ataques contra as instituições brasileiras, que culminaram no dia 8 de janeiro, quando bolsonaristas invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes em Brasília em uma tentativa de ‘tomada do poder pelo povo’. >>> Relatório final da CPMI dos Atos Golpistas pede indiciamento de Bolsonaro e 8 generais por tentativa de golpe

A conclusão do relatório aponta que “o Oito de Janeiro ainda não terminou”: “as milícias digitais continuam ativas e operantes”; “parcelas importantes das forças de segurança pública persistem capturadas pelo bolsonarismo”; “setores das Forças Armadas continuam a flertar com o autoritarismo”; “o desmantelamento do controle de armas e munições é uma herança que levaremos ainda algum tempo para superar”; “o projeto de destruição, de desregulamentação, de corrosão institucional levado a cabo por Jair Bolsonaro, em seu governo, foi muito bem-sucedido”.

A relatora afirmou que os ataques de Bolsonaro, seus aliados e seguidores “aos ministros do Supremo Tribunal Federal buscaram, todo o tempo, fragilizar os sistemas de controle de constitucionalidade e de defesa da democracia”, assim como “as investidas contra a imprensa”. 

Já a “captura ideológica de parte das forças de segurança pública teve por objetivo, sempre, a sua conivência — ou, quando menos, a sua neutralidade — diante dos abusos de autoridade e desvios de finalidade. A cooptação de integrantes das Forças Armadas — seja por meio da militarização da Administração Pública, seja pela concessão de benefícios e vantagens exclusivos — jamais buscou o interesse do País. O desvirtuamento do órgão central de inteligência foi estratégia deliberada de escamoteamento, quando não tentativa capciosa de reimplantação de um novo SNI (Serviço Nacional de Informações), comprometido com um projeto de consolidação do poder”.

Mesmo diante de todas as “investidas” Bolsonaro não foi eleito nas urnas e, assim, “para não ser punido, restava-lhe — como a todos os líderes demagógicos e populistas — uma última chance: um levante popular. Uma insurreição que deixasse os poderes constituídos de joelhos; uma rebelião que enfraquecesse o governo que apenas começava e que espalhasse o caos; um processo anárquico que disseminasse o medo e que inspirasse, aos setores mais moderados da sociedade, o desejo de contemporização. Seria este o caminho da anistia e da reabilitação popular: produzir a desordem, para vender a conciliação, ao preço dos indultos e das graças constitucionais. Jair Bolsonaro usou seus seguidores para escapar aos próprios crimes”, concluiu a senadora. 

“Para cada um dos que nele participaram, o Oito de Janeiro foi uma tentativa de golpe de Estado. Eles queriam tomar o poder. Eles acreditavam nessa possibilidade. Eles o diziam abertamente: em voz alta, nas redes sociais, em cada faixa ostentada na frente do Quartel-General do Exército. A invasão e a depredação dos prédios públicos seriam apenas o estopim. A anarquia se espalharia. O Brasil se contagiaria. A República cairia. Diziam-se heróis, e estavam dispostos a tudo. Seu projeto singular de Brasil — um Brasil de poucos — estava acima de tudo. Pouco importavam os meios, desde que os fins, a concretização de seus desejos partidários, fossem realizados. Jair Bolsonaro, e todos os que o cercam, sabiam disso. Conheciam os propósitos e as iniciativas. Compreendiam a violência e o alcance das manifestações. Frequentavam os mesmos grupos nas redes sociais. Estimulavam e alimentavam a rebeldia e a insatisfação. Punham deliberadamente mais lenha na fogueira que eles mesmos haviam acendido”, complementou.

A senadora ainda diz que o “feitiço virou contra o feiticeiro”, porque “em lugar de extrair, da insurreição, um salvo-conduto, Jair Bolsonaro nela evidenciou a sua culpa e o seu dolo. Suas estratégias, antes difusas, ganharam visibilidade e coerência; seus instrumentos tornaram-se evidentes; sua participação — como principal autor intelectual da longa obra, em vários capítulos urdida — saiu do silêncio e das sombras e veio para a luz esclarecedora do dia”.

Com informações do Brasil 247

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