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MP investiga duas ocasiões em que Robson Cândido descumpriu a medida de 3km de distância da ex-namorada. Em uma delas, a PM precisou ser acionada para ficar na portaria do trabalho da mulher

O sistema de monitoramento de pessoas vigiadas da Secretaria de Segurança Pública (SSP-DF) flagrou o ex-delegado-chefe da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) Robson Cândido, ao menos duas vezes, violando medidas cautelares impostas pela Justiça e se aproximando da ex-namorada. O caso é investigado pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), já que Cândido está proibido de manter contato e ficar a menos de 3km de distância da ex. 

A reportagem do Correio obteve prints do sistema de monitoramento que mostram alertas enviados ao aparelho da vítima, cedido pelo SSP-DF, que avisam da aproximação do ex-chefe da corporação.

Em 4 de dezembro, a vítima estava no trabalho, em Águas Claras, quando às 11h58, recebeu um SMS e um alerta no aparelho informando a aproximação de Cândido. Uma equipe da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) chegou a ser acionada, ficando na portaria do prédio.

  • Alerta enviado ao celular da jovem em 4 de dezembro Alerta enviado ao celular da jovem em 4 de dezembromaterial cedido ao Correio
  • Alerta enviado ao celular da jovem em 4 e 14 de dezembro Alerta enviado ao celular da jovem em 4 e 14 de dezembromaterial cedido ao Correio

Um outro ocorrido investigado pelo MP ocorreu em 14 de dezembro, por volta de 12h. Robson Cândido e a ex-namorada estavam na mesma rua e no mesmo momento, no trânsito, na altura do campus da Universidade de Brasília (UnB), em Ceilândia. A aproximação se prolongou até a uma rua acima da avenida Elmo Serejo.

De acordo com o MP, o órgão “está acompanhando o caso e seus desdobramentos, mas não comenta feitos sob sigilo e diligências em andamento”.

Relatório

Em um relatório elaborado pela SSP, as duas violações de Robson Cândido foram classificadas no nível 3. Na de 4 de dezembro, o ex-delegado-chefe violou a medida por três minutos. “O sistema gerou ocorrência de violação de zona de exclusão móvel porque ocorreu falha no sinal GPS do dispositivo da protegida no momento que o monitorado passou pela via”.

Já em 14 de dezembro, o período da violação durou seis minutos. No documento encaminhado à Justiça, a pasta descreveu que a violação ocorreu, mas que rapidamente foi restabelecida, com cada um seguindo caminhos distintos. O MP investiga se nessas duas violações, o ex-delegado-chefe estava ou não perseguindo a ex-namorada. 

Mapa entre Robson Cândido e a ex-namorada, quando ambos estiveram na mesma rua, em 14 de dezembro
Mapa entre Robson Cândido e a ex-namorada, quando ambos estiveram na mesma rua, em 14 de dezembro(foto: material cedido ao Correio)

De acordo com o advogado Cleber Lopes, Robson Cândido está sendo monitorado 24 horas por dia, e que só por “dom de advinhação ele pode saber quando o limite de 3km é ultrapassado”. “Toda vez que isso ocorre, ele é avisado e sai do local. Por outro lado, ela também já rompeu o mesmo limite e foi avisada”, disse, ao Correio.

Réu

Robson Cândido é réu por uma série de crimes cometidos contra a ex-namorada, como stalking (perseguição); violência psicológica; descumprimento de medida protetiva de urgência; interceptação telefônica ilegal; peculato, por três vezes; corrupção passiva; e violação de sigilo funcional. Já o delegado Thiago Peralva, afastado da 19ª Delegacia de Polícia (P Norte) e apontado pelo MP como ajudante de Cândido, é réu por stalking, corrupção passiva e interceptação telemática ilegal.

A dupla é alvo de uma nova denúncia. Os promotores querem que Cândido responda criminalmente por uso indevido da máquina pública, como a utilização do sistema OCR do Departamento de Trânsito (Detran-DF) para monitorar a ex-namorada, além da utilização do sistema VIGIA por 58 vezes.

No caso de Peralva, os promotores pedem que ele se torne réu pelo uso do sistema VIGIA, pelas mesmas 58 vezes. O MP recomenda que seja fixado o valor de R$ 20 mil para reparação dos danos causados pelas infrações considerando os prejuízos materiais e emocionais causados à vítima, que inclusive passou a necessitar de tratamento psiquiátrico.

Os promotores ainda reforçaram o pedido da denúncia anterior, solicitando que Peralva perca as funções como delegado, enquanto Cândido tenha a aposentadoria cassada.

Com informações do Correio Braziliense

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