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O fortalecimento do BRICS e o declínio dos Estados Unidos devem acender, porém, um sinal de alerta para o Brasil, diz o jornalista: “os norte-americanos são uma ameaça”

Lula e Dilma Rousseff
Lula e Dilma Rousseff (Foto: Ricardo Stuckert)

“Como o Brasil perdeu poder no BRICS se Dilma comanda o banco do bloco?”, questiona Florestan O jornalista Florestan Fernandes Júnior rebateu neste domingo (27), na TV 247, as alegações de que o Brasil teria perdido poder no BRICS – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – após a entrada dos seis novos membros: Argentina, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes, Etiópia e Irã. Ele lembrou do posto estratégico ocupado pela ex-presidente do Brasil Dilma Rousseff: “falam que o Brasil perdeu poder dentro do BRICS, mas eu pergunto: como o Brasil perdeu poder se a Dilma Rousseff, a ex-presidente do Brasil, comanda o banco do BRICS? Ela foi colocada ali pensando justamente no futuro do BRICS, na questão mais importante, que é a questão econômica e de visão de desenvolvimento do Sul Global, como diz o Lula”.

Florestan ainda analisou a mudança da ordem mundial com o fortalecimento e a ampliação do bloco. “Como é que vão ficar as reuniões do G7 daqui para frente? O que eles vão falar? Eles ficaram pequenos perto do BRICS. Quando você fala da força militar, você tem que lembrar da força econômica. Esse grupo de 11 países representa muito na questão do petróleo, do gás, dos alimentos. Passa a ser o grupo que tem a maioria do petróleo do planeta. Tem também aí a maior reserva de alimentos do planeta. E mostra como o império americano está vivendo uma crise que já vem de longa data. E aí você vê que a hegemonia dos Estados Unidos e dos países europeus está em declínio, eles estão vivendo um momento muito delicado, de perda de poder econômico, político. Quando você vê que tem uma fila de 40 países querendo entrar no BRICS, você percebe o momento que o planeta está vivendo”. 

O declínio do imperialismo estadunidense, no entanto, acende sinais para os quais o Brasil precisa estar atento, diz o jornalista. “Os norte-americanos, que são muito ligados à guerra, são uma ameaça, em vários sentidos. Eu acredito e acho que isso ocorreu com o Brasil já a partir de 2008, 2009. Um processo do governo norte-americano de tirar o Brasil do BRICS, ir retirando ele através do enfraquecimento e da fragilização da nossa democracia. Foi o que ocorreu com o impeachment sem crime de responsabilidade da Dilma e a prisão do Lula. É uma interferência de interesses econômicos e políticos. Tiraram o Brasil do protagonismo na América Latina, no BRICS, e o mesmo foi feito com a Índia. Agora, com a guerra na Ucrânia, eles estavam tentando tirar o ‘R’ [Rússia] do BRICS. Ou seja, eles estão em constante atrito com o BRICS. Então eu imagino que a gente tem que estar preparado pelo que vem pela frente”.