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O relatório Desigualdade S. A. constatou aumento da concentração de renda; no Brasil, 1% mais rico tem 63% de ativos financeiros

Um relatório da organização Oxfam Brasil apontou que a riqueza dos cinco homens mais ricos do mundo aumentou 114% entre 2020 e 2023, saindo de 405 bilhões de dólares para 869 bilhões de dólares. O documento, intitulado Desigualdade S. A., foi divulgado neste domingo 14. Isso significa que os cinco homens mais ricos do planeta mais de duplicaram suas fortunas.

dólares por dia, eles levariam 476 anos para esgotar toda a fortuna combinada. Além disso, a pesquisa aponta que os 0,1% dos mais ricos do mundo possuem 43% dos ativos financeiros globais, ou seja, quase
a metade de todos os investimentos negociados no mercado financeiro e de capitais.

O relatório também mostra o aumento da concentração de importantes setores da economia nas mãos de poucos, como ocorre no mercado de sementes. Segundo o documento, há cerca de 25 anos, 10 empresas controlavam 40% do mercado global de sementes. Atualmente, apenas duas empresas detêm
esse percentual (a alemã Bayer e a americana Corteva). Corporações gigantescas, chamadas de “Big Pharma”. Cenário semelhante se vê no campo digital, onde 3/4 dos gastos com publicidade online são
destinados às empresas Meta, Alphabet (vinculada ao Google) e Amazon. Além disso, 90% das buscas por informação na internet ocorrem por meio do Google.

“Os monopólios aumentam o poder das grandes empresas e dos seus proprietários, em detrimento de todos os outros”, diz Juntas, as 148 maiores empresas do mundo obtiveram quase 1,8 trilhão de dólares em lucros nos 12 meses anteriores a junho de 2023. A cifra é maior do que toda a série histórica desde 2018. As maiores ganhadoras foram 22 empresas do setor financeiro, 14 corporações de petróleo e gás, 11 companhias farmacêuticas e duas marcas de luxo. De acordo com o estudo, esses lucros estão “imensamente concentrados em algumas companhias”: em termos globais, 0,001% das maiores empresas
ficam com cerca de um terço de todos os lucros empresariais. Desigualdade no Brasil O relatório diz que, no Brasil, o grupo dos 1% mais ricos possui 63% dos ativos financeiros do País, enquanto os 50% mais
pobres detêm apenas 2%. Se observadas as riquezas de apenas 0,1% dos mais ricos no mundo.

A Oxfam reforça que, no Brasil, os dividendos “simplesmente não são tributados”, diferentemente de
países da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico, a OCDE, que, mesmo
menores em relação a anos atrás, ainda há impostos. Além disso, no Brasil, em média, a renda das pessoas brancas está mais de 70% acima da renda da população negra, segundo o estudo. A pessoa mais rica do País possui uma fortuna equivalente à metade mais pobre do Brasil (107milhões de pessoas).
“Nos países da OCDE, a alíquota marginal máxima média sobre dividendos diminuiu muito desde 1980, de 61% para 42%, e em alguns países, como o Brasil, eles simplesmente não são tributados”, diz o relatório.

Além disso, no Brasil, em média, a renda das pessoas brancas está mais de 70% acima da renda da população negra, segundo o estudo. A pessoa mais rica do País possui uma fortuna equivalente à metade mais pobre do Brasil (107 milhões de pessoas).

O aumento de 51% de sua riqueza desde 2020. A Oxfam assinala que, desde 2020, cinco bilhões de pessoas ficaram mais pobres no mundo, incluindo 129 milhões de brasileiros.
Diretora da Oxfam: O relatório indica quatro formas utilizadas pelos mais ricos para o aumento de suas riquezas e para a ampliação das desigualdades socioeconômicas:
“Recompensando os ricos,
não os trabalhadores”.

Segundo o documento, houve piora nas condições trabalhistas, que envolvem “salários de fome”, “desrespeito generalizado a seus direitos” e “péssimas condições de trabalho”, circunstâncias que
favorecem as empresas; “Evitando pagar impostos”. De acordo com a pesquisa, as grandes empresas e os seus proprietários impulsionam a desigualdade ao atuarem contra a tributação de suas fortunas e de
seus negócios.

Nesse mecanismo, as empresas mercantilizam e segregam o acesso a serviços vitais, como educação, água e saúde, e obtêm enormes lucros bancados pelos contribuintes. Essas privatizações podem se dar
por meio da venda direta de ativos, terceirizações e parcerias público privadas, as PPPs; “Impulsionando o colapso climático”. Nessa seção, o trabalho se refere sobretudo ao investimento em combustíveis fósseis, enquanto os investimentos em atividades de baixo carbono representam menos de 1% das despesas de capital das empresas de petróleo e gás.
Em entrevista a Carta Capital, a diretora da Oxfam Brasil, Katia Maia, acrescenta que é a primeira vez que se observa um aumento na desigualdade global no período de 25 anos. Além disso, 800 milhões de trabalhadores tiveram os seus seus poderes de compra reduzidos, pela inadequação à inflação.

Ela observa que, apesar de demonstrações de preocupação do Executivo em relação à desigualdade, falta uma base ampla no Legislativo para a aprovação de medidas mais expressivas.
“É importante olhar para a composição do Congresso: homens brancos, muitos conservadores, e lobbies dos setores econômicos sempre presentes. Há um contexto muito desafiador”, analisa Maia. “Por
isso é muito importante a pressão social e o debate público. E as eleições fazem muita diferença.”

Com informações do Carta Capital

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