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“Nenhum país que se pretenda minimamente civilizado pode tolerar um presidente que, no mesmo dia, diga estas duas frases: (1) ‘Pergunta pra tua mãe o comprovante que ela deu pro seu pai’, e (2) ‘Você tem cara de homossexual terrível'”, avalia o jornalista Aquiles Lins, editor do 247, sobre a nova quebra de decoro de Jair Bolsonaro

“Nenhum país que se pretenda minimamente civilizado pode tolerar um presidente que, no mesmo dia, diga estas duas frases: (1) ‘Pergunta pra tua mãe o comprovante que ela deu pro seu pai’, e (2) ‘Você tem cara de homossexual terrível'”, avalia o jornalista Aquiles Lins, editor do 247, sobre a nova quebra de decoro de Jair Bolsonaro20 de dezembro de 2019, 15:36 h Atualizado em 20 de dezembro de 2019, 18:15

Por Aquiles Lins, para o Jornalistas pela DemocraciaPUBLICIDADE

Jair Bolsonaro deu nesta sexta-feira, 20, mais uma demonstração do seu absoluto despreparo, como político, mas sobretudo como ser humano, para continuar no cargo de presidente da República. 

Acossado pelo escândalo das rachadinhas, comandado pelo senador Flávio Bolsonaro quando era deputado na Assembleia do Rio de Janeiro, Bolsonaro reagiu com homofobia ao ser questionado por jornalistas se “o seu filho tiver cometido algum deslize”.

“Você tem uma cara de homossexual terrível, mas nem por isso eu te acuso de ser homossexual”, disse o capitão visivelmente alterado (leia mais no Brasil 247). 

O que a orientação sexual de um jornalista tem a ver com os crimes cometidos pelo clã Bolsonaro? Mais: sob a lógica doentil bolsonariana, então o filho Flávio tem cara de corrupto terrível, de alguém que lavou R$ 638 mil com compra de imóveis, segundo o MP-RJ, mas não é corrupto? 

Em outro momento da entrevista lastimável que Jair Bolsonaro concedeu na portal do Palácio do Alvorada, ele chegou a gritar e a ofender um repórter ao responder se ele tinha comprovante do alegado empréstimo feito a Queiroz. “Ô, rapaz, pergunta para a tua mãe o comprovante que ela deu pro teu pai, tá certo?”, gritou. 

Jair Bolsonaro está descontrolado porque conhece os crimes que cometeu. Ele é o chefe do clã, é Bolsonaro quem conhece Fabricio Queiroz há quase quatro décadas, não Flávio. Além das rachadinhas, as investigações do Ministério Público podem levar a provas incontestes do envolvimento do clã Bolsonaro com o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL). 

O Congresso Nacional não pode assistir passivamente a estes ataques de Jair Bolsonaro contra profissionais da imprensa, contra as instituições. É imperativo que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, saia da sua zona de conforto de primeiro-ministro informal e e dê seguimento aos pedidos de impeachment que já tramitam na Casa contra Bolsonaro. 

Jair Bolsonaro jamais deveria estar na cadeira presidencial. Não tem competência, nem o mínimo preparo psicológico. 

Nenhum país que se pretenda minimamente civilizado pode tolerar um presidente que, no mesmo dia, diga o que ele disse. Ser conivente com este estorvo em nome de uma política ultraliberal que está entregando o patrimônio do País é o maior crime que o Congresso Nacional poderá cometer. 

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