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na vida.

Pior: os brasileiros nem sempre estão à altura do Brasil.

“Nem sempre” é concessão minha. Melhor dizer: “raramente”. E deixo à inteligência e sensibilidade do leitor ou leitora desvendar essa distinção paradoxal entre “Brasil” e “brasileiros” – distinção que remonta a De Gaulle, que já separava a “França” dos “franceses”.

sido.

O nosso grande dramaturgo e cronista nasceu, entretanto, na época errada. Quando ele chegou ao seu auge criativo como cronista, nos anos 1960 e 1970, o Brasil vivia sob uma ditadura militar, rejeitada em grande parte do mundo.

Mas, depois, pensei melhor: talvez o nosso Dostoievski não venha a ser um artista, um escritor, mas um político. E quem seria esse político senão o próprio Lula?

Lula, Brasil e o vácuo de lideranças

Para colocar esse projeto em marcha o Brasil mobilizaria o Itamaraty, as nossas embaixadas mundo afora, o BNDES, a Petrobrás, a Embrapa, a Finep, as empreiteiras nacionais, o Banco dos BRICS, entre outras entidades.

Precisaríamos atuar em grande escala e de forma inovadora e ambiciosa, lançando mão da criatividade e capacidade de trabalho dos brasileiros.

Isso exige muito de nós? Requer sacrifícios? Sem dúvida.

Invoco, de novo, Fernando Pessoa, que no poema “Mar Português”, lembrou: “Quem quer passar além do Bojador/ Tem que passar além da dor./ Deus ao mar o perigo e o abismo deu/ Mas nele é que espelhou o céu.”

O Brasil, para ser ele mesmo e cumprir o seu destino planetário, tem que manter a cabeça erguida, olhar longe e pensar grande.

O técnico da seleção não pode resolver tudo

Idealmente, esses postos seriam ocupados por brasileiros e brasileiras, competentes, dedicados e dispostos a sacrifícios – excluídos, claro, os numerosos quinta-colunistas que infestam o País e mesmo o governo.

Em resumo, todas essas pessoas, tanto no primeiro como no segundo escalão, têm que estar unidos num propósito comum – colocar a máquina brasileira em funcionamento de novo.

Não esqueci, leitor, que há uma condição sine qua non para todos esses planos internacionais – recolocar o Brasil, sem demora, numa trajetória de desenvolvimento com distribuição de renda e combate à pobreza.

Caso contrário, por melhores que possam ser os planos, o País será o proverbial gigante de pés de barro.

Mas isso é assunto para outro artigo.
***
Uma parte deste artigo, a que trata da paz na Ucrânia, foi publicada na revista Carta Capital.

Paulo Nogueira Batista Júnior é economista, foi vice-presidente do Novo Banco de Desenvolvimento, estabelecido pelos BRICS em Xangai, de 2015 a 2017, e diretor-executivo no FMI pelo Brasil e mais dez países em Washington, de 2007 a 2015. Lançou no final de 2019, pela editora LeYa, o livro O Brasil não cabe no quintal de ninguém: bastidores da vida de um economista brasileiro no FMI e nos BRICS e outros textos sobre nacionalismo e nosso complexo de vira-lata. A segunda edição, atualizada e ampliada, começou a circular em março de 2021.

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